sábado, 26 de junho de 2010

Heavy Metal is a gun

Olá!


Li esta interessante matéria publicada em abril que fala de como os soldados americanos usam o Heavy Metal na ofensiva contra a resistência Talibã, alguns pontos me chamaram a atenção:


"O Talibã odeia a música"
O Talibã é um grupo islâmico extremista, e como grupo é necessário assumir a existência de uma consciência coletiva para dizer que o Talibã odeia ou gota de algo. Certamente o oficial americano não falou comunidade pensando nos significados subjetivos atribuídos a um grupo. Todo o conhecimento e subjetividade do oficial o faz ver o Talibã como uma massa uniforme de pessoas, que pensa e age da mesma e forma e gosta ou desgosta das mesmas coisas.
Pode ser que, de fato, nenhum participante deste grupo goste de Heavy Metal, e neste caso eu não sei quem teve maior poder de denegrir a subjetividade: o Exército e mídia americana ou o Talibã.
Outra coisa que é interessante é a citação "...Claro que a música também motiva nossos homens." - O grupo também é citado como homogêneo, mas o sentimento associado à música difere um do outro, certamente como reflexo de outros comportamentos, ideais e ambientes que se relacionam aos grupos.


Além do Heavy Metal há outras coisas como " Dizemos que eles vão morrer", mas não é o mérito a que quero me deter.


Aqui termino.


Saudações da Terra.

2 comentários:

  1. Tomei a liberdade de fazer uma tradução livre da matéria original postada pelo Bruno. Quem não entende inglês não tem desculpa pra não comentar! ^^

    As músicas de Metallica e Thin Lizzy agora estão sendo usadas no front no Afeganistão, de acordo com um relatório da AFP. Os marines estão supostamente explodindo heavy metal nos vilarejos em Marjah, esperando subjugar o Talibã com dores de ouvido.

    "O Talibã odeia [esta] música," disse um sargento das forças especiais norte-americano. "Alguns habitantes locais reclamam, mas é uma forma de forçá-los a escolherem [lados]. É motivante para os marines também." Aparentemente, quando forças rebeldes começam a disparar contra os soldados americanos em Marjah, um veículo blindado com "poderosos alto-falantes" dispara as músicas, explodindo rock e heavy metal tão alto que pode ser ouvido a dois quilômetros de distância. A playlist tática continua por várias horas.

    Enquanto os militares disparam "Pretty Fly for a White Guy" do Offspring, crianças cobrem seus ouvidos e, dizem que, insurgentes abaixam suas armas. Misturadas às músicas estão mensagens do governo afegão e ameaças à resistência Talibã. Não há obscenidades, promete o contato da AFP, "mas nós dizemos a eles que morrerão".

    Os soladados podem não estar tocando em Marjah por muito mais tempo. "É inapropriado," disse o tenente-coronel Brian Christmas, comandante dos marines em Marjah do norte. Christmas alegou não ter ouvido (falar sobre) os ataques sonoros. "Eu vou pedir para que isso para imediatamente."

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  2. A ausência da subjetividade no pensamento do soldado me parece, no contexto, natural. O contexto é a guerra, o que não poderia ser mais propício para idéia do "nós" e "eles". Para que existam "nós" e "eles", não pode haver espaço para subjetividades, tampouco para semelhanças. Deve haver uma generalização do que se entende como "nós" - aquilo que é positivo - ou do que se entende como "eles" - aquilo que é negativo; preto no branco.
    Sabendo o que é nocivo para os ouvidos inimigos, fica fácil executar este estupro cultural contra os habitantes locais, outra prática já conhecida de outras guerras...

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